quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

DIVULGAÇÃO - PRODUÇÃO DE PRODUTOS ARTESANAIS PARA A COPA

Vila rural prepara os “cachecóis da Copa”

Com fios de seda produzidos na própria região, artesãs do Noroeste do Paraná estão tecendo peças que serão vendidas a estrangeiros nas 12 cidades-sede do Mundial
16/01/2014 | 00:20 | GESLI FRANCO, DA SUCURSAL DE MARINGÁ
Depois de terminar os afazeres domésticos, algumas moradoras da vila rural Esperança, em Nova Esperança (Noroeste do estado), vão para um canto especial de suas casas e passam horas em meio a fios de seda, agulhas e teares. Lá, elas produzem cachecóis que serão vendidos em lojas de souvenirs nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014, no Brasil.

Cerca de 30 mulheres fazem parte da Cooperativa dos Produtores de Seda (Copraseda) e foram selecionadas para inserir o produto no mercado turístico, no Programa Talentos do Brasil Rural, uma parceria que envolve os Ministérios do Desenvolvimento Agrário, Turismo e Meio Ambiente e também o Sebrae.
Em todo o Brasil, 23 empresas e iniciativas foram escolhidas. No Paraná, de acordo com o Sebrae, somente a Copraseda e a Associação de Artesanato em Fibras Naturais de Jacarezinho (Combifra), no Norte Pioneiro, no qual um grupo de artesãos vai produzir peças de artesanato com folhas de bananeira.
Em Nova Esperança, o trabalho começou em ritmo acelerado há cerca de um mês. A meta é entregar 5 mil peças até abril de 2014. Para tanto, é preciso agilidade: algumas artesãs conseguem produzir até cinco cachecóis por dia.
A presidente da cooperativa, Dirce Gonçalves, diz que sente orgulho em ver seu trabalho reconhecido internacionalmente. “É uma honra para todas nós. Fazemos com carinho e empenho para mostrar que produzimos um produto que pode ir para qualquer lugar do mundo.”
O gerente da câmara técnica do complexo do Vale da Seda (que compreende 29 municípios no Noroeste do Paraná), Osvaldo da Silva Pádua, explica que a peça não é pensada para o público brasileiro. “É feita para gringo ver e comprar”, diz ele. Os fios são mais grossos, o que cria um aspecto de pluma. São desenvolvidos especialmente para países com frio rigoroso.
O material para a produção sai do próprio Vale da Seda, região que é o maior polo de produção de fios de seda do Ocidente. De lá, segue para fiação em Petrópolis (RJ), onde é usado para a confecção de peças de todos os tipos. As sobras dos teares voltam ao Paraná e são encaminhadas para uma fiação de Maringá, onde são tingidas com corantes naturais – recebem aplicação substâncias retiradas de cascas de cebola, folhas de eucalipto e urucum. Depois de todo o processo, o material está pronto para ganhar forma nas mãos das artesãs de Nova Esperança.
O custo para elas é de R$ 10 o quilo. Um quilo de fio de seda rende até cinco cachecóis, e cada um deles dá um lucro de R$ 23 para a artesã. Pádua calcula que as peças serão vendidas por algo em torno de R$ 150 durante o evento esportivo.
Alice Liberato é diretora da Copraseda. Viúva, ela revela que a atividade tem sido essencial para garantir renda extra. “Além do dinheiro, que faz muita diferença, ainda ocupo a cabeça e esqueço os problemas. O melhor de tudo é que trabalho em casa”, conta.
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