quarta-feira, 28 de outubro de 2009

BFF agrega talentos do artesanato local em estande da Secretaria do Trabalho

Patrícia Justino, da equipe criativa do BFF, visitou o Centro de Comercialização do Artesanato, no Setor de Diversões Sul, no Conic, para agregar novos talentos ao estande da Secretaria do Trabalho durante o evento. Os artesãos selecionados por Patrícia terão suas criações no espaço da secretaria e poderão comercializar seus produtos. Também no estande da Secretaria do Trabalho estarão disponíveis para venda os produtos das seis cooperativas: LACRE, Paranoarte, Mãos que Criam, Etnia por Icléia Coutinho, Maria do Barro e Flor do Ipê। Fonte: http://www.brasiliafashionfestival.com.br/2009/news.php?idBFFNews=143

Secretaria de Trabalho do GDF investe no artesanato local

O Brasília Fashion Festival tem um apoio fundamental, sem o qual a realização do evento não seria possível. A Secretaria do Trabalho do GDF, pelo segundo ano consecutivo, tem oferecido todos os meios possíveis na implementação da moda como inclusora social e na dinamização do mercado interno. O foco da atenção é voltado para o universo do artesanato. Atualmente, em Brasília, existem mais de 50 cooperativas em atividade e aproximadamente 15 mil artesãos cadastrados, segundo dados da Diretoria de Inserção Produtiva do GDF. O subsecretario de Ocupação e Renda, Valtenir José de Souza, é um dos principais defensores do trabalho junto a secretaria e faz questão de ressaltar a importância de valorizar o artesanato local. “O BFF ajuda o artesanato ser inserido no mercado. Esta visibilidade é muito importante para o nosso setor produtivo”, declara Valternir, que recebeu o estilista Ronaldo Fraga e um grupo de artesãs em seu gabinete na última quinta-feira(1º). No BFF estão mulheres de baixa renda vindas das cidades, como Riacho Fundo, Ceilândia, Samambaia, São Sebastião, Santa Maria, Candangolândia e Brazlândia. Todas com registros e carteira profissional de artesã. Documentos que além de ajudar na profissionalização do trabalho, oferecem vantagens ao trabalhador, como isenção de ICMS e possibilidade de participar de feiras, exposições e congressos. Etnia por Icleia Coutinho, Flor de Ipê, La:Crê, Mãos que Criam e Paranoarte são as cooperativas que desfilam na sexta edição do evento.

Fonte: http://www.brasiliafashionfestival.com.br/2009/destaque_do_dia_01.php

sábado, 24 de outubro de 2009

VI Edição Brasília Fashion Festival – Resort 2010 "Para Você Brasília"

Por Hendy Miranda Almoço marcado no Universal para imprensa, patrocinadores e convidados, Paula Santana, organizadora e jornalista, apresentou a proposta artística do Brasília Fashion Festival que entra em sua sexta edição, contemplando mais uma vez a capital da República, prestes a completar 50 anos. Com o tema Para Você Brasília, o BFF oferece uma flor para a cidade, como gesto de reconhecimento a tudo que nos foi ofertado ao longo desses 49 anos. Brasília é uma cidade que nos acolhe, nos afaga, nos abriga. E nos proporciona o raro privilégio de viver num imenso jardim a céu aberto repleto de grandes monumentos. O BFF tem o maior projeto social ligado à moda no Centro-Oeste. Trabalha com mulheres vindas das cidades satélites, como Riacho Fundo, Ceilândia, Samambaia, São Sebastião, Santa Maria, Candangolândia e Brazlândia. Em todas as edições, o conceituado estilista mineiro Ronaldo Fraga assina o Desenvolvimento das Coleções de todas as cooperativas inseridas no projeto. Nesta temporada, o BFF mantém seu formato original e oxigena seus projetos paralelos com formatos que estão prestes a se transformar em tendências de mercado num futuro próximo. Na passarela Este ano, o BFF firma parceria com o Sindicato do Vestuário e a FIBRA. Ambos apresentam no evento o Grupo Brasília de Moda - GBM, criado há 15 anos, que desfilará coleções desenvolvidas por veteranas marcas locais, como Nágela Maria. Os estilistas Andréa Monteiro Calliandra Efigênia Costa Fernanda Ferrugem Leo Alves Mariá Araújo Marcio Santos Úrsula Felix A artesania será representada pelas cooperativas Etnia por Icléia Coutinho Flor de Ipê La:Cre Mãos que Criam Paranoarte Convidados nacionais Auslander Isabela Capeto Martha Medeiros Neon Ronaldo Fraga para Filhotes Walter Rodrigues Line Up Dia 31 de outubro (sábado): Ronaldo Fraga para Filhotes – 16h Martha Medeiros – 17h Paranoarte e Maria do Barro – 18h GBM apresenta Nágela Maria e A Barriguda – 19h Efigênia Costa, Mariah Araújo e Lis Dal Corte - 20h Úrsula Felix – 20h30 1º de novembro (domingo): Walter Rodrigues – 16h LA:CRE e Flor do Ipê – 17h GBM apresenta: Nyll, Silvia Natashy e Rafael Rocha – 18h Andréa Monteiro, Márcio Santos e Léo Alves – 19h Isabela Capeto – 20h 2 de novembro (segunda-feira): Neon – 15h Etnia por Icléia Coutinho e Mãos que Criam – 16h GBM apresenta: Stefania e Keep Healthy – 17h Calliandra, Fernanda Neves e Fernanda Ferrugem – 18 h Ausländer – 19h Projetos Paralelos BFF - Arte Nos 50 anos da capital da República, o BFF presenteia a cidade com uma exposição fotográfica de grande proporção, chamada PopInterativoArte, onde imagens de Brasília assinadas por fotógrafos premiados serão a ambientação do evento, fazendo com que o público se sinta inserido na atmosfera da cidade por meio das imagens ampliadas. O curador Celso Junior, conceituado fotógrafo do jornal O Estado de São Paulo, elegerá oito imagens de três fotojornalistas que vivem em Brasília e as transformarão na ambientação do evento. São eles, Orlando Brito, Ricardo Stuckert e Sergio Dutti. BFF- Negócios Showroom para que cooperativas, estilistas e marcas locais possam comercializar seu produtos em tempo real aos desfiles. BFF – Conteúdo O historiador João Braga mergulha no universo da Cultura de Moda. E os estilistas Dudu Bertholini e Walter Rodrigues explanam sobre Moda Brasileira e Modelagem, respectivamente. BFF- Música Com curadoria do músico Digão, nove bandas da cidade poderão se lançar no palco do BFF, com pockets shows nos intervalos dos desfiles. Convidados especiais desta edição, o grupo de samba carioca Sapucapeto e a cantora paulista Alex Marie. BFF- História O Museu Vivo da Memória Candanga apresentará aos convidados a oportunidade de vivenciar dois momentos únicos. Uma exposição de imagens com as primeiras candangas. E uma mostra de todo o acervo mobiliário da década da construção de Brasília. BFF – Social Alunos da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais do Distrito Federal (APAE-DF), que atende jovens portadores de necessidades especiais serão contratados pelo evento para trabalhar na área de relacionamento com o público. BFF - Tour Jornalistas nacionais, estilistas e demais convidados não moradores da capital federal farão turismo cívico pelos monumentos da cidade, junto com o vice-governador Paulo Octávio e também conhecerão Brasília navegando pelo Lago Paranoá. Ao longo dos três dias de evento, que se realizará no Royal Tulip Brasília Alvorada Hotel nos dias 31 de outubro, 1 e 2 de novembro, a capital, e toda sua essência artística, histórica e social, será exaltada. Trata-se do primeiro encontro de moda, negócios, cultura, turismo e inclusão social já realizado no Distrito Federal. Em agosto de 2006, data de sua primeira edição, o segmento da moda no DF começou a trilhar o caminho real para ser inserido na engrenagem da moda nacional, ao lado de todos esses setores que hoje caminham juntos do setor têxtil. Serviços Brasília Fashion Festival Royal Tulip Brasília Alvorada Hotel 31 de outubro, 1 e 2 de novembro Fonte: http://www.vitrinecapital.com/moda/vi-edicao-brasilia-fashion-festival-2013-resort-2010

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Brasília 40 graus – Nova Coleção Resort 2010 da Paranoarte

Paranoarte abusa do crochê A Paranoarte aposta no crochê como um dos hits do verão. Com coordenação e orientação do estilista Ronaldo Fraga, a cooperativa desenvolveu tramas que desenham flores. Batizada de Brasília 40 graus, a coleção da cooperativa usará as cores nude, pó de arroz, branco, azul, verde e lilás para mostrar que o trabalho manual pode ser usado com elegância nos dias quentes. Casacos em modelagem spencer, calças, saias e vestidos estarão na passarela do BFF. Fonte: http://www.brasiliafashionfestival.com.br/

Desfile Paranoarte RESORT 2010 no BFF, em 31 de outubro, às 18 horas

Fonte: http://www.brasiliafashionfestival.com.br/

Paranoarte desfila no Brasília Fashion Festiva – BFF RESORT 2010 em 31 de outubro, às 18 horas

Finíssimo fala com Ronaldo Fraga sobre desfile infantil que abrirá Brasília Fashion Festival

Publicado em 21.10.2009 por http://finissimo.com.br/radar/2009-10-21/ Texto e fotos: Thaís Gonçalves Cunha, do Finíssimo Orientador dos grupos de artesãs que desfilam no Brasília Fashion Festival desde a primeira edição do evento, em 2006, o estilista mineiro Ronaldo Fraga tem também outra missão importante na semana de moda: é ele quem abre o line up da edição Alto Verão 2010, que começa no dia 31. Celebrado estilista que desfila na São Paulo Fashion Week, pela primeira vez Ronaldo fará um desfile exclusivo com 35 looks da marca ‘Ronaldo Fraga para filhotes’. Em entrevista ao Finíssimo, revelou alguns detalhes da coleção, mas não todos. “Vou fazer uma surpresa porque senão o povo lê e nem vai lá. Fazer um desfile de criança às 16h não é fácil”, brincou. E alguém duvida que a sala vai estar lotada? As peças seguem o mesmo tema da coleção Verão 2010 do estilista, que se inspira em uma Disneylândia latina. Mas não fica só nisso. Ronaldo deve misturá-las a clássicos que estão na memória afetiva da marca. Segundo ele, é isso que atrai a atenção dos pais dos pequenos consumidores. "De pirraça", o designer não faz as peças infantis em tamanhos maiores. “Queria fazer uma coleção que os pais morressem de vontade de ter no tamanho deles”. Um dos pioneiros da geração atual da moda brasileira a desenhar para crianças, ele critica a linha adotada por algumas marcas que estão "explorando" o mercado para pequenos. "O problema do mercado infantil de hoje está totalmente erotizado, sou contra isso. Faço roupa para criança" Durante a entrevista ele torceu o nariz para o mercado de moda brasileiro atual, elogiou o Brasília Fashion Festival e ressaltou a beleza da arte brasiliense. “Agora com 50 anos de história é que Brasília tem um início de identidade artesanal, resultado de uma mistura do Brasil inteiro e isso é maravilhoso”, afirma. "No Brasil, as pessoas têm a ignorância de associar o artesanato ao pobre, que é coisa de pobre, para ajudar pobre e, portanto, tem que ser barato; é visto como cafona, caipira e eu acho que é um preconceito que temos que varrer para debaixo do tapete. Quando você tem um pouco mais de informação e abre os olhos para o mundo, você vê que é justamente o inverso", diz. Abrindo a tradicional série de reportagens prévias dos desfiles dos eventos de Brasília, o Finíssimo bateu um papo com o estilista: O tema da coleção dos pequenos é a mesma Disney latina da coleção para adultos apresentada na São Paulo Fashion Week? O quão a linha adulta influencia na infantil? É um desdobramento? Sim, é o mesmo tema. Normalmente divido a coleção infantil em três partes: memória afetiva, clássicos da marca e outra parte é relacionada ao tema da coleção adulta. A linha adulta influencia em tudo na infantil, porque o que está na coleção é o DNA da marca adulta, uma coisa que eu nunca abri mão, foi o que me deu liberdade e desenvoltura para partir para uma coleção infantil sem que com isso eu criasse miniaturas da marca de adulto, que é um assunto sobre o qual sou extremamente crítico: essa história de a criança se vestir igual aos pais. Meu objetivo ao desenvolver a coleção foi justamente o inverso, queria fazer uma coleção que os pais morressem de vontade de ter no tamanho deles e eu não fizesse. Eu acabo fazendo uma estampa duas ou três estações depois, mas eu procuro preservar essa linha infantil. Modelos mirins não serão maquiadas nem terão o cabelo preparado: "a beleza delas é natural" Que público ela busca alcançar? Crianças em geral. Claro que quando eu falo de memória afetiva da marca, eu acabo chamando atenção para os próprios pais. As crianças de hoje são totalmente diferentes da criança que eu fui, elas têm um poder de escolha muito maior. Uma criança de quatro anos escolhe o que quer vestir, com todos os problemas que isso possa ter, estamos em um tempo muito permissivo. O problema do mercado infantil de hoje está totalmente erotizado, sou contra isso. Faço roupa para criança. Você pode nos adiantar alguma coisa sobre a coleção que será desfilada no BFF? Algo sobre modelagem, tecidos, cores, acessórios? Antes de qualquer coisa é uma roupa confortável, com uma modelagem ampla como a coleção de adulto e, ao mesmo tempo, é absolutamente gráfica. Misturo bordado, estampas, com tecidos sempre bases e 100% algodão. As cores vão desde o branco, marfim, gelo até cores fortes como laranja, vermelho, pink e amarelo. Vão desfilar também bolsas e sapatos da marca, em 35 looks. Peças seguem o mesmo tema da coleção Verão 2010 do estilista, que se inspira em uma Disneylândia latina Você ampliou os pontos de venda da linha infantil – nas multimarcas – e optou por vender sua linha prêt-à-porter apenas em sua lojas. É isso mesmo? É isso mesmo porque as multimarcas no Brasil me incomodam muito. A minha roupa precisa de um cenário muito bem construído e eu estava cansado de estar com a marca adulta em multimarcas que mudavam o mix de produtos e a cara da loja de acordo com a marca que tinha bombado na última temporada de Paris. Eu não sou assim, não trabalho assim, meu trabalho não tem nada a ver com isso. Para atender o atacado tanto infantil quanto adulto eu teria que montar uma empresa muito maior do que a que eu tenho hoje e eu não estava disposto a fazer isso, então as roupas adultas estão exclusivas na loja e as infantis são distribuídas em multimarcas. O quão vantajoso você acredita que seja o mercado de roupa infantil hoje? Eu nunca pensei nisso. Aliás, eu detesto qualquer conversa ligada a dinheiro. Aquilo que é feito com prazer, que a pessoa se joga, se entrega e que busca qualidade fatalmente vai alcançar o sucesso. Quando eu comecei a trabalhar com criança não foi pensando no mercado, nunca pensei nisso, acho ridículo. Na época que eu comecei a fazer moda infantil ninguém fazia, agora virou moda todo estilista ter sua marca ‘mini’ e não é uma coisa fácil ter outro negócio, mas me dá prazer. Então eu estou na moda e rezo a cada coleção terminada que eu mantenha o prazer em continuar fazendo. Fora isso, a moda como é feita hoje no Brasil é uma coisa muito chata, é um vazio pouco explorado no sentido da transformação do tempo, no diálogo do tempo que a gente está vivendo. Esse é o lugar da moda que me interessa. E o que te incomoda mais na moda brasileira que talvez a transforme nesse vazio ao qual você se referiu? As perguntas, as abordagens, o que as pessoas procuram. Temos um rombo, um abismo entre grupos sociais no Brasil em que fatalmente você vai fazer roupas para a elite e a elite no Brasil é muito chata; a elite no Brasil é muito burra. O dinheiro no Brasil está mudando de mão e quando você pensa que não vai ficar pior... vai ficar pior sim. Isso me incomoda profundamente. E eu, claro, acabo dependendo desse grupo também, com todas as concessões que eu acabo fazendo, ou não. Você vai ser curador da Minas Trend Preview, cujo tema é ‘Oficina’. O que você pode adiantar sobre o evento? A cada edição – essa é a segunda que eu faço – eu procuro dar um codinome para o evento, esse vai ser o Minas Trend Preview Oficina, não interessa se ele é no verão ou no inverno. O evento de abertura tem que funcionar como cartão de visitas para a imprensa, compradores sobre o que está sendo produzido de moda em Minas. Muito mais do que vender roupa, que essa abertura venda o estado de Minas e o que está sendo produzido lá. O tema oficina foi a forma que eu encontrei de expor a identidade mineira, que é a cultura do ‘feito a mão’, que inclui artesanato, inclui música, literatura, dança, arte contemporânea. A cultura de Minas é manual. "Aqui [em Brasília] é onde o Brasil se encontra, então é maravilhoso ver nas sutilezas referências do nordeste, da Amazônia, do Mato Grosso, de Minas" O envolvimento com o artesanato tem sido uma constante entre os estilistas e é uma parceria que você tem feito já há bastante tempo. Você acha que o artesanato está fadado a ser consumido apenas por uma pequena parcela da população? Eu acredito que o artesenato vai caminhar para ser cada vez mais feito para poucos. A renda em extinção tem que ser cara. Hoje a filha de quem faz artesanato ganha muito mais dinheiro com a prostituição do que fazendo renda, elas preferem namorar. Isso tem que ter um valor justo, que pague a história dessas pessoas. O público tem que adquirir uma cultura para enxergar valor nisso, no tempo que isso demora para ser produzido e, mais do que isso, a herança que veio de famílias para se chegar às novas gerações do artesanato. Que a gente consiga que as pessoas tenham a sensibilidade de saber que quando elas estão comprando uma peça daquelas, elas estão comprando mais do que uma peça, elas estão dando um estímulo para que essa manifestação não acabe no país. Para a moda, essa é uma grande saída para a construção de uma moda com uma marca verdadeiramente brasileira. O mercado internacional não quer consumir a nossa viscolycra, isso o mundo inteiro produz. A moda pode vender muito mais do que roupa, ela pode vender uma cultura inteira. A saída quando trabalhamos num grupo de artesanato é projetar esse trabalho para o mundo todo. No Brasil, as pessoas têm a ignorância de associar o artesanato ao pobre, que é coisa de pobre, para ajudar pobre e, portanto, tem que ser barato; é visto como cafona, caipira e eu acho que é um preconceito que temos que varrer para debaixo do tapete. Quando você tem um pouco mais de informação e abre os olhos para o mundo, você vê que é justamente o inverso. Hoje, no mundo onde tudo tem a mesma cara, todas as manifestações são extremamente bem-vindas. Como você avalia o formato do Brasília Fashion Festival? Em que sentido ele é promissor ou vantajoso? Acho o BFF superinteressante porque quando ele coloca designers estabelecidos ao mesmo tempo em que estimula novos talentos, somando-se ainda aos grupos de artesanato, isso é uma mistura única no mundo. Não é fácil coordenar três linhas diferentes. Mais que humanizar – porque esse evento humaniza a escola da moda – ele deixa uma marca. Aqui no Brasil nós não somos muito dados a valorizar essas coisas. Temos que estimular esse evento porque ele transforma o olhar de moda na cidade. "A moda pode vender muito mais do que roupa, ela pode vender cultura" Você tem tido contato com uma realidade da periferia do DF que poucas pessoas conhecem. Conte um pouco sobre como tem sido suas visitas. Elas vêm até você ou você vai até elas? Agora que estamos próximos ao desfile, é mais fácil que elas venham até mim por causa da logística mesmo, mas eu costumo achar mais interessante ir até elas porque o entorno delas, por mais difícil que venha a ser, traz muitas referências e me faz entender o trabalho das meninas. Não é só com o BFF que eu faço esse tipo de trabalho, mas ele acaba oxigenando o meu trabalho com o Talentos do Brasil, um projeto do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Lidar com a periferia, para mim, é totalmente engrandecedor. O que mais te surpreendeu nesses anos de experiência de trabalho aqui? Comparadas com outras artesãs do Brasil, as mulheres de Brasília tem alguma peculiaridade? Claro. Aqui é onde o Brasil se encontra, então é maravilhoso ver nas sutilezas referências do nordeste, da Amazônia, do Mato Grosso, de Minas. São pessoas cujos pais trouxeram a cultura artesanal de cada um desses estados e uma nova geração tem isso tudo misturado. Está nascendo uma outra cultura, que é a mistura de várias do Brasil. Às vezes o jeito que se borda, um ponto, você só encontra aqui. Agora com 50 anos de história é que Brasília tem um início de identidade artesanal, resultado de uma mistura do Brasil inteiro e eu acho isso maravilhoso. É você mesmo quem produz a trilha sonora do seu desfile. Como a música influencia na sua criação? A música é fundamental na concepção de uma coleção de moda, ela acaba sendo a voz das roupas. Quando vou definir uma coleção, sempre tenho que ter a trilha definida, o cenário porque com isso a roupa vem. Aliás, vamos combinar que se tem um produto bem resolvido no Brasil é a música. Até as nossas piores músicas são melhores que as de alguns países. Se conseguirmos conquistar isso, pelo menos 10% pra moda, aí a moda brasileira vai ser um sucesso tremendo. Tem algum aspecto dessa trilha sonora que você possa nos adiantar? Vou fazer uma surpresa porque senão o povo lê e nem vai lá. Fazer um desfile de criança às 16h não é fácil não, você acha que é fácil? : : Ficha Técnica Criação: Ronaldo Fraga Styling: Ronaldo Fraga Cenografia: Ronaldo Fraga Trilha Sonora: Ronaldo Fraga Beleza: "Das próprias crianças"