quinta-feira, 7 de maio de 2009

Convite: Meditação para o Tratamento de Câncer de Mama no Hospital Universitário de Brasília

Está sendo oferecido no auditório do Hospital Universitário de Brasília um curso de meditação para pessoas em tratamento de câncer de mama, sob a responsabilidade dos médicos Eduardo Tosta e Juarez Castellar. O curso é grátis, não tem qualquer vinculação religiosa e não interfere com o tratamento instituído pelo médico. A próxima (e última turma) iniciará as atividades no dia 4 de agosto e o curso tem duração de 15 semanas, com uma aula por semana, às terças feiras de 14 às 17h. Se você está em tratamento de câncer de mama, será muito bem-vinda. Como existe limitação do número de vagas, estamos solicitando às interessadas que façam a inscrição o mais breve possível. Para isto é necessário que compareçam pessoalmente, portando um documento de identidade, ao Auditório 1 do Hospital Universitário de Brasília - HUB (SGAN Quadra 605, Av. L2 Norte, Brasília/DF) às 3as. ou 5as. feiras, de 14 às 17 h (procurar o Dr Castellar, tel. 8171-0559), ou ao Laboratório de Imunologia Celular, da Faculdade de Medicina da UnB, às 4as. feiras, de 8 às 12h (procurar a Sra. Shirley, tel. 3307-2273). O IMPACTO DA MEDITAÇÃO NO TRATAMENTO DO CÂNCER Eduardo Tosta(1) e Juarez Castellar(2) (1) Médico, pesquisador e professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (2) Médico e doutorando do Programa de Ciências Médicas, Faculdade de Medicina, UnB A meditação tem origem obscura. Entretanto, os mais antigos textos médicos conhecidos, escritos há cerca de 1000 anos antes de Cristo, referentes à medicina ayurvédica indiana, já incluíam a prática de meditação como um procedimento valioso para a manutenção e a recuperação da saúde. Nos últimos 35 anos, a meditação passou a ser crescentemente adotada no ocidente como método terapêutico complementar, o que despertou o interesse da comunidade científica, que já divulgou os resultados de suas pesquisas em mais de 1600 publicações. Atualmente, a prática de meditação é utilizada rotineiramente como terapia complementar em centenas de centros médicos, inclusive naqueles associados às mais prestigiosas universidades do mundo como Harvard e Oxford. Mas o que é meditação? O fluxo constante e caótico de pensamentos em nossa mente impede que nos concentremos naqueles que são mais importantes, ou seja, compromete nossa atenção e concentração, além de causar intenso cansaço mental e gerar ansiedade e frustração, porque não conseguimos achar as soluções necessárias, já que novos pensamentos surgem continuadamente atropelando os anteriores. A consequente exaustão mental, que evolui para a exaustão física, associadas à ansiedade e ao sentimento de frustração, acabam por comprometer os sistemas de defesa do organismo e tornar o indivíduo suscetível a uma grande variedade de doenças. Esta sequência de eventos danosos à saúde pode ser revertida pela meditação. Meditar consiste em focalizar a mente, o que leva a um estado de relaxamento mental e físico que, por sua vez, facilita alcançar um estado de grande serenidade, que induz ao estado meditativo. Neste, perde-se a noção de tempo, espaço e corporeidade, a consciência se expande e advém um estado de profunda paz. Essas sensações de serenidade e paz, entre outras emoções positivas induzidas pela meditação, exercem impacto altamente benéfico sobre o sistema imunoneuroendócrino, capaz de concorrer, de maneira decisiva, para a manutenção e recuperação da saúde. São várias as doenças em que a meditação exerce um efeito positivo nas pessoas, entre elas o câncer. Células mutantes, com potencialidade para se transformar em células cancerígenas, surgem diariamente em nosso organismo, mas são eliminadas por nossos mecanismos de defesa, principalmente aqueles associados ao sistema imunitário. As células imunitárias têm capacidade de detectar e destruir as células mutantes e, desta maneira, impedem o aparecimento do câncer. Além disso, mesmo após o estabelecimento do câncer e, eventualmente de metástases, as células tumorais continuam sendo monitoradas e podem ser eliminadas pelo sistema imunitário. Acontece que as emoções negativas, como ansiedade, tristeza, mágoa, ressentimento, culpa e medo, bloqueiam o sistema imunitário, tornando-nos suscetíveis a doenças, inclusive o câncer. A meditação tem a capacidade de transformar as emoções negativas em positivas, tornando as pessoas mais serenas, intuitivas, sensíveis, amorosas e felizes. Tais emoções positivas alimentam o sistema imunitário, que passa a exercer sua função protetora de maneira eficiente, evitando o adoecimento e mesmo fazendo reverter doenças já estabelecidas. Este efeito, aparentemente milagroso, tem recebido o embasamento teórico e experimental da nova ciência da psiconeuroendocrinoimunologia, que estuda os efeitos das emoções sobre os sistemas de defesa do organismo. Parte da atividade benéfica da meditação em pessoas com câncer deve-se à redução do tônus simpático, associado à ansiedade, e aumento da atividade parassimpática, associada à tranqüilidade, além de aumento do hormônio melatonina, que apresenta atividades estimuladora do sistema imunitário, antitumoral e bloqueadora do efeito imunodepressor da ansiedade.

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