A jornalista e organizadora do Brasília Fashion Festival, Paula Santana, e a presidente do Memorial JK, Anna Christina Kubitschek Pereira, convidam a imprensa para um café da manhã, no próximo dia 4 de novembro, às 9h30, no Memorial JK.
Na ocasião será apresentada a programação de desfiles, shows, exposições, palestras e oficinas que serão realizadas durante o BFF (de Alto Verão 2009), nos dias 14, 15 e 16 de novembro no Brasília Alvorada Hotel. O menu do café da manhã terá a assinatura de Adriana Buffet.
Hugo Siqueira (foto) vai assinar a produção musical dos desfiles do Brasília Fashion Festival (BFF), entre os dias 14 a 16 de novembro, no Brasília Alvorada Hotel (antigo Blue Tree). DJ e produtor, Hugo está realizando pesquisa de músicas da Bossa Nova, tema do evento e prepara três sets de cerca de 40 minutos que serão apresentados nos lounges, na recepção dos convidados. Hugo assina também 12 trilhas de desfiles – das cooperativas e de estilistas locais.
: : BFF – Marcas confirmadas
Ainda sobre BFF, o evento organizado pela jornalista Paula Santana conta, mais uma vez, com a consultoria do estilista Ronaldo Fraga. O artesanato brasiliense terá lugar de destaque nessa edição e já tem confirmados os desfiles da Paranoarte (Paranoá), Mãos que Criam (Estrutural) e Panteras do Lacre (Riacho Fundo II).
Entre os estilistas da cidade já confirmados estão Andrea Monteiro, Fernanda Ferrugem, Márcio Santos, Léo Alves, Mariah Araújo, Fernanda Neves, Ludovika, Tatiana Guimarães e Fabíola Alves.
Confirmado: o Brasília Fashion Festival (BFF) acontece no Brasília Alvorada Hotel (antigo Blue Tree) de 14 a 16 de novembro. E desta vez, como vazou há alguns meses, a semana de moda comandada por Paula Santana usará a Bossa Nova como tema, com o slogan ‘A Bossa é Nossa’.
Patrocinado pela BrasilTelecom, com apoio do Ministério do Turismo e Secretaria do Trabalho do DF, o evento terá consultoria do estilista mineiro Ronaldo Fraga e vai focar os lançamentos no alto-verão brasileiro.
Com alterações na grade de estilistas e marcas desde sua última edição, o line-up ainda não foi fechado, mas em breve o Finíssimo conta tudo.
Um novo serviço de terapia comunitária está sendo implantado em Pernambuco e já começou a funcionar. Através de uma parceria entre o Ministério da Saúde e da Fundação de Cultura do Ceará – onde foi implantado o projeto piloto –, funcionários e agentes das unidades de saúde da família dos municípios de Goiana, Limoeiro, Nazaré da Mata, Palmares, Recife e Timbaúba vão receber treinamento para promover terapias comunitárias nas sociedades.
De acordo com o Ministério da Saúde, essas terapias comunitárias já são realizadas em outros estados do país e os temas mais freqüentes tratados são estresse e emoções negativas (26%), conflitos familiares (19,7%), dependências de álcool e outras drogas (11,7%), questões ligadas ao trabalho (9,6%), depressão (9,3%), violência (6%) e conflitos (3,6%).
A grande direfença do modelo implantado no estado, de acordo com o gerente de saúde mental, é que a iniciativa do convênio é do governo estadual, e não de cada município, o que vai permitir um serviço mais unificado e efetivo aos pernambucanos. “Inicialmente, esses seis municípios vão receber esse tipo de tratamento, mas o objetivo é ampliar para outras cidades no próximo ano”, afirma Ivo Andrade, gerente de saúde mental da Secretaria de Saúde de Pernambuco. “Após o período de formação dos agentes, essas pessoas voltam à comunidade, formando uma rede solidária e facilitando o tratamento psíquico”, conluiu.
Fonte: da redação do pe360graus.com
http://pe360graus.globo.com/noticias360/matler.asp?newsId=144256
Os senadores aprovaram em votação simbólica, no início da noite desta terça-feira (14), o projeto de resolução do Senado (PRS 01/04) que dá o nome de Arquivo Cora Coralina ao Arquivo do Senado Federal. O projeto vai à promulgação.
A autora do projeto, senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), afirma na justificação do projeto que a escritora goiana Cora Coralina (nascida em 1889 na Cidade de Goiás) "é uma espécie de ícone da mulher que luta e vence". A senadora lembra que a escritora lançou seu primeiro livro, Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais, aos 75 anos, ganhando a partir daí notoriedade no país. O último livro publicado pela poetisa, aos 93 anos de idade, foi Vintém de Cobre.
Cora Coralina faleceu em 1987, aos 96 anos, e um museu foi criado na chamada Casa da Ponte, no município de Goiás, onde ela viveu por toda a vida. Serys também registrou trecho de uma crônica do poeta Carlos Drummond de Andrade sobre a escritora: "Cora Coralina, para mim a pessoa mais importante de Goiás. Uma velhinha sem posses, rica apenas de sua poesia, de sua invenção. Mulher extraordinária, diamante goiano cintilando na solidão".
Serys afirma ainda que Cora Coralina lutou pela livre expressão feminina em uma época "totalmente adversa à literatura produzida por mulheres" e lembra que o Arquivo do Senado abriga a memória dos 180 anos de história do Senado Federal.
O Arquivo do Senado Federal é comandado pela Secretaria de Arquivo, órgão central do Sistema de Arquivo e Controle de Documentos do Senado Federal e do Congresso Nacional, que integra o Sistema de Arquivos do Poder Legislativo Federal e do Sistema Nacional de Arquivos. O objetivo da Secretaria de Arquivo é "assegurar o controle e a organização dos documentos produzidos, expedidos e/ou recebidos pelas várias unidades organizacionais do Senado Federal no desempenho de suas atividades, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza do documento". À esta secretaria cabe a "gestão arquivística dos documentos e a preservação do patrimônio documental da instituição, um dos acervos mais significativos e abrangentes da história nacional".
O projeto da Constituição de 1823 já mencionava o Arquivo do Senado como uma das estruturas funcionais da Casa. O primeiro regulamento administrativo do Senado, de 1861, definiu as atribuições para o Arquivo.
Augusto Castro / Agência Senado(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Segundo definição das Nações Unidas, "o voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos..."
Em recente estudo realizado na Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança, definiu-se o voluntário como ator social e agente de transformação, que presta serviços não remunerados em benefício da comunidade; doando seu tempo e conhecimentos, realiza um trabalho gerado pela energia de seu impulso solidário, atendendo tanto às necessidades do próximo ou aos imperativos de uma causa, como às suas próprias motivações pessoais, sejam estas de caráter religioso, cultural, filosófico, político, emocional.
Quando nos referimos ao voluntário contemporâneo, engajado, participante e consciente, diferenciamos também o seu grau de comprometimento: ações mais permanentes, que implicam em maiores compromissos, requerem um determinado tipo de voluntário, e podem levá-lo inclusive a uma "profissionalização voluntária"; existem também ações pontuais, esporádicas, que mobilizam outro perfil de indivíduos.
Ao analisar os motivos que mobilizam em direção ao trabalho voluntário, (descritos com maiores detalhes a seguir), descobrem-se, entre outros, dois componentes fundamentais: o de cunho pessoal, a doação de tempo e esforço como resposta a uma inquietação interior que é levada à prática, e o social, a tomada de consciência dos problemas ao se enfrentar com a realidade, o que leva à luta por um ideal ou ao comprometimento com uma causa.
Altruísmo e solidariedade são valores morais socialmente constituídos vistos como virtude do indivíduo. Do ponto de vista religioso acredita-se que a prática do bem salva a alma; numa perspectiva social e política, pressupõe-se que a prática de tais valores zelará pela manutenção da ordem social e pelo progresso do homem. A caridade (forte herança cultural e religiosa), reforçada pelo ideal, as crenças, os sistemas de valores, e o compromisso com determinadas causas são componentes vitais do engajamento.
Não se deve esquecer, contudo, o potencial transformador que essas atitudes representam para o crescimento interior do próprio indivíduo.
Como ser um bom voluntário
A maioria das entidades beneficentes no Brasil ainda são muito pequenas, e não têm programas de voluntariado.
Qualquer pessoa pode ser voluntária, independente do grau de escolaridade ou idade, o importante é ter boa vontade e responsabilidade.
Neste site existem mais de 4.850 entidades cadastradas, pesquise uma perto da sua casa ou trabalho, veja se a área de atuação da entidade está de acordo com a sua intenção de trabalho, e depois da escolha marque um dia para conhece-la pessoalmente.
Se não der certo com a primeira entidade, não desista, tem muita gente precisando da sua ajuda. Tente outra vez.
E se tudo der certo, ótimo! Sinta como a entidade funciona, e do que ela necessita, talvez você tenha que pesquisar um pouquinho e sugerir uma tarefa.
Por exemplo, pintar a entidade por fora ou por dentro, cadastrar doadores no computador, ajudar a organizar um evento ou fazer uma festa. A iniciativa é sua.
Seja humilde. O fato de você estar ajudando os outros não significa que você será paparicado e que seu trabalho não possa ser criticado.
O trabalho voluntário exige o mesmo grau de profissionalismo que em uma empresa, se não maior.
Existem regras a seguir, por mais meritória a causa, e não desanime se nem todos vibrarem e baterem palmas pelo seu trabalho.
Por que ser um voluntário?
A grande maioria dos voluntários no Brasil querem:
1. Ajudar a resolver parte dos problemas sociais do Brasil.
2. Sentir-se útil e valorizado.
3. Fazer algo diferente no dia a dia.
4. 54% dos jovens no Brasil querem ser voluntários, mas não sabem como começar.
Voluntários vivem mais e com maior saúde!
Allan Luks, em The Healing Power of Doing Good, descobriu que pessoas que ajudam os outros têm consistentemente melhor saúde. Oito em dez dos entrevistados afirmaram que os benefícios para a saúde retornavam quando eles se lembravam da ação feita em anos anteriores.
Estudo da Universidade de Michigan constatou que homens que faziam menos trabalhos voluntários eram significantemente mais propensos a morrer.
Fonte: http://www.portalms.com.br/canais/O-que-e-voluntariado/Solidariedade/Seja-Solidario/Dicas/13/43/65/343.html
Agência Saúde - Sus
Um advogado recém-formado, chamado Airton Barreto, decidiu viver e lutar pelos direitos humanos dos moradores de uma favela chamada Pirambu, em Fortaleza. Ao chegar lá para ajudar aquela população começou a perceber que muitas das demandas não eram apenas jurídicas, mas problemas de todo tipo, relacionamentos, álcool e outros. Esses indivíduos eram encaminhados para Adalberto Barreto, psiquiatra e irmão de Ailton, que trabalhava na Universidade Federal do Ceará. Como Adalberto não tinha condição de atender a todos, foram criados grupos, mas ao invés de levá-los a universidade, Adalberto foi lá ver de perto e estar junto da comunidade. Foi assim, há 20 anos, que surgiu a Terapia Comunitária (TC), experiência que está sendo adotada na atenção primária pelo Ministério da Saúde.
Por meio de convênio entre o Ministério da Saúde e Universidade Federal do Ceará serão capacitados 1,1 mil profissionais das Equipes Saúde da Família até março de 2009. O Projeto de Implantação da Terapia Comunitária na Rede de Assistência à Saúde do SUS pretende desenvolver, ainda em 2008, nos profissionais da área da saúde as competências necessárias para promover as redes de apoio social na Atenção Básica. A proposta prevê a preparação dos profissionais para lidar com os sofrimentos e demandas psicossociais, de forma a ampliar a resolutividade desse nível de atenção. O sofrimento pode preceder ou acompanhar uma patologia.
O curso de capacitação profissional será composto por 360 horas/aula, estão previstas 15 turmas com 70 profissionais de saúde, distribuídas nas cinco regiões brasileiras. Preferencialmente, com participação de agentes comunitários de saúde atuantes em municípios que apresentem, no mínimo, 70% de cobertura da estratégia Saúde da Família.
PELO BRASIL - Hoje em dia, a TC está presente nas 27 unidades da federação. Ao todo, são 30 pólos formadores, que já treinaram 11,5 mil terapeutas comunitários. No Pólo Quatro Varas, são atendidos, em média, três mil pacientes por mês. A terapia, conduzida por um facilitador, acontece semanalmente em encontros de duas horas. A cada reunião, um problema é eleito para ser discutido. São valorizadas as histórias de vida dos participantes, o resgate da identidade, a restauração da auto-estima e da confiança em si, a ampliação da percepção dos problemas e possibilidades de resolução.
“Procura-se promover a saúde em espaços coletivos e deixar que a patologia seja tratada individualmente pelos especialistas. A prática tem demonstrado ser um instrumento valioso de intervenção psicossocial na saúde pública; um espaço de acolhimento, de escuta, palavra e vínculo”, explica Adalberto.
Das situações-problema discutidas no pólo Quatro Varas de Fortaleza, por exemplo, 88,5% foram resolvidas nas TC e apenas 11,5% necessitou de encaminhamento para a Atenção Básica/Saúde da Família. Adalberto Barreto, criador da terapia, chama a atenção para a ampliação do vínculo de apoio social que seus participantes passaram a contar: “um terço das pessoas aumentou a sua rede de apoio para serem acompanhadas aos serviços de saúde”.
METODOLOGIA DA TERAPIA - A situação-problema é apresentada por alguém e escolhida pelo grupo. O facilitador procura estimular e favorecer a partilha de experiências possibilitando a construção de redes de apoio social. Uma pergunta desencadeia a reflexão: “Quem já viveu algo parecido e o que fez para resolver?”.
Assim, a comunidade descobre que ela tem problemas, mas também tem as soluções. E aos poucos, vai se descobrindo que a superação não é obra particular de um indivíduo ou de um terapeuta, mas é da coletividade. Durante a terapia, não se pode dar conselhos ou sermões e, se necessário, interromper a narrativa da história com músicas, anedotas ou mesmo perguntas.
Temas mais freqüentes levados para a Terapia Comunitária:
Estresse e emoções negativas 26%
Conflitos familiares 19,7%
Dependências : álcool e outras drogas 11,7%
Questões ligadas ao trabalho 9,6%
Trabalho 9,6% Depressão 9,3%
Fraturas dos vínculos sociais (Abandono, discriminação)
Violência 6% Conflitos 3,6%
Outros 5,3%
Fonte: http://www.jornaldiadia.com.br/noticia.php?id=27732
O Centro de Excelência em Turismo da Universidade de Brasília (UnB) oferece curso de capacitação gratuito para 180 jovens carentes que residem em Taguatinga e Ceilândia. Trata-se do projeto Trilha Jovem, que tem a intenção de proporcionar a formação e a inclusão socioprofissional dessa parcela da população no setor de turismo, que tem grande potencial na capital federal. Até agora o programa já beneficiou muitas pessoas em várias cidades brasileiras.
“O projeto contribui para a redução dos índices de desemprego entre os jovens, uma vez que dá uma chance de inserirem-se no mercado de trabalho. Além disso, Brasília tem grande potencial na área turística, sobretudo, tendo em vista a possibilidade da Copa de 2014 acontecer na cidade, o que requer mão-de-obra qualificada”, disse Ariadne Bittencourt”, do CET UnB.
O período de pré-inscrições acontece de hoje a quarta-feira (15), na faculdade Facitec, que fica na CSG 9, lotes 15/16, em Taguatinga. Para participar, é necessário que os candidatos tenham entre 16 e 24 anos de idade, renda familiar de até três salários mínimos, e sejam alunos do Ensino Médio em escolas da rede pública ou tenham se formado neste nível educacional até dezembro de 2006, além de serem moradores das regiões citadas.
Mais informações pelo número 3356-8150.
Centro de compras homenageia o público feminino com uma programação diversificada. Evento vai até domingo, na Praça Central do shopping, em Brasília.
Brasília – A programação da “Semana da Mulher” está movimentada. O evento, promovido pelo Taguatinga Shopping para comemorar o Dia Internacional da Mulher, conta com diversas atividades voltadas para o público feminino. De hoje a domingo, 9, na Praça Central do shopping, as mulheres poderão receber dicas de beleza, saúde, cidadania, moda e culinária.
Além disso, o shopping abriu espaço para algumas cooperativas exporem e venderem seus trabalhos. É o caso da Sem Dimensão, que faz arte com material oriundo do lixo. As Bordadeiras de Taguatinga, Calliandras do Cerrado e o grupo Paranoarte também estão no local para divulgar os seus artesanatos.
“A proposta do evento é ceder espaço gratuito para que essas cooperativas possam escoar seus produtos e, assim, contribuir para a geração de renda de inúmeras famílias”, diz a superintendente do Taguatinga Shopping, Eliza Ferreira.
No sábado, dia 8, a programação da “Semana da Mulher” está ainda mais especial. Das 15h às 17h, no palco da Praça Central, em parceria com o Procon-DF, acontecerá a cozinha experimental “Dia Internacional da Mulher – Lugar de homem é na cozinha”. O evento contará com a presença do vice-governador Paulo Octávio e do secretário de Justiça, Raimundo Ribeiro. As autoridades prometem preparar um prato especial para homenagear o público feminino.
E para fechar a noite em grande estilo, uma banda formada apenas por mulheres da Escola de Música Casa de Davi fará uma apresentação musical às 20h. Quem conduzirá o show é a primeira maestrina de Taguatinga, a pianista Cristiane Renata. A musicista preparou um repertório com músicas clássicas e sucessos da MPB.
“Até o final do evento, vamos criar a oportunidade para que as pessoas, ao visitarem o shopping, além de se divertirem, possam também ter uma experiência a mais, com informações sobre os seus direitos enquanto consumidor, dicas de saúde e beleza, dados jurídicos em diversas áreas, entre outras atrações”, completa a superintendente, lembrando que a programação pode ser conferida, aidna, no www.taguatinga
Perfil do Taguatinga Shopping - O Taguatinga Shopping, empreendimento do Grupo PaulOOctavio e da JC Gontijo, está situado no Pistão Sul, em Taguatinga, e é um dos maiores shoppings do Distrito Federal. Sua infra-estrutura de 94.000 m² conta com 150 lojas, entre elas as cinco maiores lojas de departamento do país, nove salas de cinema do grupo Cinemark, além de possuir um estacionamento rotativo com capacidade para dez mil veículos.
Fonte: http://www.revistafatorbrasil.com.br/ver_noticia.php?not=32521
Jovens ganham acesso às tecnologias e ao trabalho na comunicação comunitária
Um caminho alternativo na formação educativa – e profissional – de jovens de comunidades carentes é proposto por meio da comunicação, no projeto Trilhas da Juventude, da Escola de Comunicação Comunitária em Brasília. O trabalho promove a democratização da comunicação e potencializa meios comunitários com a capacitação e formação de adolescentes entre 16 e 21 anos.
O projeto "Trilhas da Juventude" da Rede Comunitária de Comunicação do Distrito Federal é desenvolvido em três unidades, nas cidades-satélites de Itapoã, Riacho Fundo II e Ceilândia. A meta do programa, que traça os caminhos pela democratização da comunicação, é instrumentalizar os jovens de ferramentas e conhecimento (com destaque para a realização em radiodifusão comunitária), preparando-os inclusive para um primeiro emprego nessa área.
Administrador da unidade Itapoã do projeto, o advogado e militante pela democratização da comunicação, Joaquim Carlos Carvalho, acredita que o Trilhas da Juventude promove a valorização para os cidadãos dessas comunidades que vivem em situação de carência. “Temos trabalhado muito com a questão da comunicação interpessoal para desenvolver o olhar crítico, com temas atuais da realidade de cada um deles”, diz.
Iniciado em abril de 2008, o projeto atende atualmente 90 adolescentes – a maioria cursando o ensino médio e alguns já formados – que participam das atividades no turno inverso ao período escolar. Durante este turno, os jovens são capacitados a utilizar ferrramentas de comunicação multimídia (TV, rádio, internet e jornal), tornando-se comunicadores populares. Carvalho destaca que, com a formação recebida por meio do projeto, esses jovens já estão conseguindo inclusive estágios em alguns movimentos sociais.
Um exemplo é o caso de Enos Augusto de Castro, 18 anos, participante do programa, que concluiu o Ensino Médio em 2007 e atualmente desenvolve atividades na Rádio CUT do Distrito Federal. “É um mundo que eu jamais imaginaria estar participando. É também uma oportunidade de entrar no mercado de trabalho, uma alternativa”, comemora.
Os adolescentes do projeto Trilhas da Juventude da unidade Itapoã terão, a partir do dia 7 de julho, um espaço diário de 60 minutos na rádio comunitária Itapoã FM para fazerem a programação. "Vamos mostrar na rádio o nosso trabalho, discutir temas do interesse da comunidade e da juventude - saúde, esportes, estágios - sempre dando prioridade aos assuntos locais", revela Enos.
A cada 15 dias, um grupo novo (de 4 a 6 adolescentes) do projeto assumirá o comando dessa programação na FM Itapoã. O programa irá ao ar diariamente – de 2ª a 6ª feira –, das 8h às 9h.
A Escola de Comunicação Comunitária em Brasília faz parte do projeto do Consórcio Social da Juventude do DF / ProJovem Trabalhador, do Ministério do Trabalho e Emprego. “Esse projeto é apenas o embrião, o piloto de uma série de projetos que nós vamos levar para que rádios as comunitárias assumam as multimídias”, aponta Carvalho. Ele revela que, atualmente, sete entidades estão construindo da Rede de Comunicação Comunitária em Produção de Audiovisual: Rede-Com, Empreender, Paranoarte, Instituto Solidariedade América - Cooperativa 100 Dimensão, Azulin de Ceilândia DF e Copavi – Cooperativa de Produção de Audiovisual.
Os jovens comunicadores do Trilhas da Juventude, em ação, já realizaram algumas coberturas de eventos, como, por exemplo, a paralisação dos rodoviários no DF, a Conferência Nacional GLBT, a Plenária da CUT/DF, a XIV Plenária do FNDC e a Conferência Nacional da Juventude. Para divulgar seus trabalhos, os alunos montaram um blog relatando suas experiências.
Ana Rita Marini com a colaboração de Fabiana Reinholz
FNDC - Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
Fonte: http://www.fndc.org.br/internas.php?p=noticias&cont_key=265616
A Associação das Amigas Artesãs do Gama – Associamigas - começou em 1º de junho de 2006, quando Gláucia e Joselita que participavam de um grupo em Santa Maria decidiram organizar a própria associação. Pois, para as artesãs do gama seria uma oportunidade de aprender, ensinar, se divertir, enfim, se libertar.
Para isso, elas procuraram o apoio do Rodrigo Rollemberg, que disse que elas poderiam perfeitamente montar uma associação, mas que precisavam de mais mulheres. Então a Gláucia e a Joselita arregaçaram as mangas e foram de porta em porta atrás de outras mulheres e de contribuições para fazer esse sonho, que ainda está tomando forma, acontecer. Durante a caminhada, o grupo contou com o apoio da Paranoarte, do Deputado e da Incubadora.
Hoje o grupo tem uma loja para exposição no Gama, assina com a marca MARIA BREJEIRA, e conta com a participação efetiva de 25 artesãos na produção de artesanato em geral: toalhas bordadas em fita, bolsas bordadas em fita e pedraria, tricô (roupas para bebê), crochê em geral, macramé (toalhas, bolsas e cintos), biju de sementes e madeiras, bordados (toalhas, bolsas, cama e mesa), pintura em tecido, costura em tecido, tear (cachecol, xale).
End: Quadra 25 casa 70 - Setor Leste CEP: 72460260
E-mails: bemmequero_@hotmail.com
Site: www.bemmequero.com.br
Fonte: http://www.cdt.unb.br/incubadora/ctrPortalIncubadora.php?sit=incubada
O ciclo de um produto não acaba quando um consumidor o utiliza e sim quando a natureza o absorve. Com este pensamento, o Uniceub doou 150 quilos de lonas usadas na impressão de banners de suas campanhas internas e externas. A ONG Paranoarte reaproveita as lonas que demorariam 200 anos para se degradarem no meio ambiente em bolsas e sacolas de vários modelos, pastas, capas de agendas e capas para porta recados.
A Paranoarte é uma rede social que possui 200 artesãos distribuídos em sete cidades-satêlites. O principal trabalho deles é de capacitação, de abrir oportunidades para a comercialização de seus produtos. A maioria é de mulheres, donas de casa, que entram na ONG para ajudar na renda familiar. A artesã Ceci da Silva é quem escolhe os desenhos mais interessantes e os modelos para confeccionar os produtos. Apesar do trabalho pesado para abrir os banners, Ceci garante que a alegria de saber que está ajudando a preservar o meio ambiente é muito maior.
Helenice Bastos, gerente de projetos, diz que a doação dos banners é fundamental para a ONG. “Precisamos dessa matéria-prima para confeccionar os produtos”. Além disso, Helenice lembra o papel conscientizador da atividade: “As pessoas não devem ver o lixo como uma coisa descartável e desprezível, mas sim reutilizado.” completa.
A doação do Uniceub faz parte do programa de responsabilidade social desenvolvido pela instituição que já reúne diversas atividades voltadas para a preservação do meio ambiente, incluindo comunicação para sustentabilidade, em que as peças publicitárias são desenvolvidas observando os critérios de conservação do planeta. Para Joana Bicalho, responsável pelo projeto Comunicação e Voluntariado, as empresas devem assumir o papel de promotoras do desenvolvimento sustentável.
“Devem levar em conta a gestão que tem por base os aspectos econômicos, sociais e ambientalistas.” Ela conclui que as empresas podem contribuir com o bem-estar social.
Fonte: Jornal da Comunidade
http://www.jornaldacomunidade.com.br/index.php?idpaginas=15&idmaterias=322258
Setor de Medidas Alternativas do Paranoá comunicou, com grande satisfação, a parceria firmada com a Paranoarte - rede solidária de artesanato e cultura popular. Ao longo dos seus quatro anos de existência, a Paranoarte vem desenvolvendo um trabalho de inclusão social e geração de renda em diversas comunidades de baixo poder aquisitivo no Distrito Federal, por meio de programas de capacitação e organização de grupos de produção artesanal.
A Paranoarte nasceu quando a Assistente Social Aída Rodrigues detectou, durante os trabalhos terapêuticos, as reclamações recorrentes dos participantes sobre dificuldades financeiras. Daí surgiu a idéia de criar a oficina de ensinar e aprender, que, além de promover o desenvolvimento social, fornece aos participantes a oportunidade de desenvolverem algum trabalho produtivo como uma saída para a falta de emprego e a conseqüente falta de renda. A instituição tem como proposta aliar design ao artesanato tradicional, oferecendo Terapia Comunitária como suporte para a melhoria da auto-estima e valorização da cultura.
A Paranoarte identifica na comunidade, especialmente entre os participantes das Terapias Comunitárias, habilidades artesanais próprias e promove o intercâmbio desses conhecimentos entre as comunitárias participantes, valorizando especialmente a cultura, a sensibilidade artística e a criatividade. A Paranoarte contribui ainda para a criação de redes de solidariedade, o que possibilita o desenvolvimento de um trabalho produtivo e rentável.
O Brasília Fashion Festival (BFF) convidou a Paranoarte para participar, pela terceira vez, do grande evento de moda em Brasília. O evento aconteceu nos dias 4 a 6 de setembro. O BFF incentiva a criação e promove o entretenimento, os negócios e a inclusão social. A participação da Paranoarte no BFF é um convite dos organizadores e criadores do evento que acreditam e valorizam a dimensão agregadora da moda na sociedade atual em seus aspectos de inclusão e integração social.
Para esse evento, a Paranoarte contou com uma excelente equipe formada pela estilista Sidma Kurtz e pelos designers da Faculdade de Moda AD1 Anderson Ribeiro e Tatiana Prata. Esses profissionais, além das técnicas artesanais, agregaram uma idéia inovadora de inclusão de banners como detalhes nos trabalhos apresentados pela Paranoarte, o que valoriza as técnicas artesanais e com tribui para o reaproveitamento deste produto que leva anos para ser decomposto.
A Paranoarte também recebeu do BFF a consultoria do renomado estilista Ronaldo Fraga, que orientou o trabalho de criação da coleção primavera/verão 2008, cuja inspiração é o entardecer no cerrado. O resultado foi um sucesso. Confira as fotos do desfile exibidas no site www.paranoarte.org.
Fonte: Matéria enviada por José Luciano Studart (chefe do SeMA Paranoá); entrevista com Helenice Bastos (Diretora de Projetos) e site: www.paranoarte.org
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
Boletim da Central de Medidas Alternativas - Nº 12 - julho/agosto de 2007
http://www.mpdft.gov.br/joomla/pdf/unidades/cema/publicacoes/boletim_200712.pdf
Saúde em 08/10/2008
Uma delegação africana, composta por quatro integrantes da República do Congo e da Burquina, estarão em Fortaleza a partir de quarta-feira (8) para conhecer o sistema municipal de saúde de Fortaleza. Os visitantes têm dois interesses prioritários: o trabalho dos agentes comunitários de saúde e a terapia comunitária.
Um dos objetivos da delegação é saber como o sistema municipal de saúde de Fortaleza vem construindo o processo de integração entre o saber popular e o saber científico. A experiência de Fortaleza vem sendo referência nacional e internacional, tanto que o Ministério da Saúde adotou o modelo municipal de terapia comunitária como política nacional de saúde.
Na programação do dia 8 haverá um painel, às 14h30min, sobre a Rede Municipal de Saúde de Fortaleza, ministrado pelo coordenador de Políticas de Saúde da SMS, Alexandre Mont´Alverne, no auditório do 12º andar da secretaria (Rua do Rosário, 283). Um segundo painel, ministrado pela assessora técnica da SMS, Ana Vicente, abordará a Estratégia de Saúde da Família, às 15h45min.
Acompanhados por profissionais da Secretaria Municipal de Saúde, a delegação visitará no dia 9, às 8 horas, a Oca de Saúde Comunitária, o Centro de Saúde da Família e a Horta Medicinal do Complexo Quatro Varas. Em seguida eles acompanham o trabalho dos agentes comunitários de saúde no bairro e, às 14 horas, participam de uma sessão de terapia comunitária.
No dia 9, os profissionais de saúde africanos estarão reunidos, às 9 horas, com técnicos da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Ceará (UFC) para discutir a possibilidade de cooperação entre a universidade e instituições de ensino da África. Às 14 horas haverá uma visita à Farmácia Viva da UFC.
Mais informações com a assessora de comunicação da SMS, LENA XIMENES, através dos telefones 3452.6609 e 8899.0160.
Fonte: http://www.antonioviana.com.br/novo.php?sec=materia&id=24936
Humberto Rezende - Correio Braziliense
Sentadas em roda, na entrada de um posto de saúde de São Sebastião, elas iniciam o ritual que repetem todas as manhãs de quarta-feira, sem falta. Estão ali para conversar, desabafar, trocar experiências. Antes, porém, a coordenadora do grupo, Marilene Barbosa, lembra as regras a serem respeitadas: ouvir em silêncio, não julgar o que a outra pessoa diz, não dar conselhos, falar sempre de si e não da outra e, sempre que possível, citar canções, versos e provérbios que se relacionem com o assunto discutido. Todas de acordo, é iniciada mais uma sessão de terapia comunitária, técnica surgida há 21 anos no Ceará e que, desde então, se espalhou por todo o país e chegou à Europa.
Definida por seu criador, o psiquiatra da Universidade Federal do Ceará (UFC) Adalberto Barreto, como “um espaço de acolhimento e escuta”, a terapia comunitária acaba de ser abraçada pelo governo federal como parte da estratégia de atenção básica à saúde. Por meio de um convênio entre a UFC e o Ministério da Saúde, 1,1 mil profissionais das equipes do Programa Saúde da Família (PSF) serão capacitados, até março de 2009, para aplicar a metodologia em comunidades carentes de todo o país — exatamente o público para a qual a terapia foi desenvolvida.
Nas sessões, o terapeuta comunitário, ou facilitador, estimula os participantes a contar os problemas que os afligem. Depois das exposições, cada pessoa do grupo vota em um dos problemas apresentados. Aquele que gerar mais interesse será debatido. Além da pessoa que trouxe a questão, falam também aqueles que já passaram por uma situação parecida e podem dizer como lidaram com ela. Ao final, ocorre o ritual de agregação, quando, de mãos dadas, todos dizem o que estão levando da experiência vivida. Muitos grupos utilizam canções, que servem para encorajar os participantes a enfrentar seus problemas.
“Não se trata de psicoterapia, mas de uma rede solidária de apoio. A comunidade tem seus problemas, mas também tem as soluções”, resume a psiquiatra Maria Henriqueta Camarotti, uma das diretoras do Movimento Integrado de Saúde Comunitária do Distrito Federal (Mismec-DF), primeiro pólo a formar grupos de terapia comunitária fora do Ceará, desde 2001. Hoje, graças à entidade, cerca de 40 rodas funcionam no DF.
Prevenção
A metodologia tem atraído a atenção de médicos e psicólogos de todo o país, que se esforçam para multiplicar a experiência. Atualmente, são 36 pólos de formação nas 27 unidades da federação, que já treinaram 12,5 mil terapeutas comunitários — apenas no Pólo Quatro Varas, em Fortaleza, são atendidos, em média, 3 mil pacientes por mês (cerca de 500 mil atendimentos desde 1986). Há seis anos, especialistas brasileiros têm ajudado na disseminação da técnica pela Europa. Já foram criados três pólos no continente — dois na França e um na Suíça.
Ampliar a oferta no país é o principal objetivo do convênio assinado pelo Ministério da Saúde com a UFC, que dá prioridade a municípios com cobertura de pelo menos 30% do Programa Saúde da Família — e, por isso, não inclui o Distrito Federal (hoje com apenas 6,51% da população atendida pelos agentes comunitários de saúde). “Nossa intenção é que a formação dos agentes comunitários não se encerre nesse primeiro momento, que seja um trabalho permanente”, explica a coordenadora da Política de Práticas Integrativas e Complementares do Sistema Único de Saúde (SUS), Carmen de Simoni. “É um instrumento para que o agente melhore o trabalho que presta à comunidade”, completa.
Atualmente, não só agentes de saúde atuam como facilitadores. Os pólos espalhados pelo país já capacitaram líderes comunitários, enfermeiros, agentes pastorais, psicólogos e médicos, entre outros voluntários. No grupo, reina a convicção de que o método é um trabalho preventivo de saúde. De fato, um estudo de impacto realizado pela UFC em 2005 e 2006, com 12 mil questionários em 12 estados brasileiros, mostrou que 88,5% das demandas foram resolvidas dentro da roda de terapia. Somente 11,5% das pessoas precisaram ser encaminhadas para os serviços de saúde. Os dados mostram ainda que os temas mais freqüentes são estresse e emoções negativas (26%), conflitos familiares (19,7%), dependência de álcool e outras drogas (11,7%) e questões ligadas ao trabalho (9,6%).
Voluntários
Em São Sebastião, as demandas são muito parecidas com as apontadas no levantamento. “O que a gente mais discute são problemas como a falta de emprego e a violência doméstica”, diz Marilene, que divide seu tempo entre o trabalho como secretária na Câmara dos Deputados e a coordenação de grupos na cidade. Ela se tornou uma facilitadora depois de se encantar com os benefícios da terapia, ao participar de um grupo no Paranoá, onde mora. “Eu era uma pessoa fechada e fui ganhando confiança, me sentindo mais segura”, lembra.
Hoje, são seis grupos em São Sebastião, que contam com a presença assídua de mulheres como a diarista Francisca Maria de Sousa, 41 anos. Curiosa, como ela mesma se define, Francisca logo quis saber do que se tratava o tal grupo que estava sendo criado perto de sua casa. Participando das reuniões, percebeu que não tinha tido até então a chance de lidar com a dor de duas perdas que sofreu — as mortes da mãe, em 1995, e do primeiro filho, em 2000. “Mesmo tendo meu marido, que conversa muito comigo, percebi aqui que ainda sentia uma angústia muito grande”, conta.
Hoje, Francisca se diz feliz. A segunda filha, Laura, já completou 6 anos, e o casamento com Osmar Mendonça, 38, vai muito bem. E quando surge algum problema, ela sabe onde poderá desabafar e buscar uma saída, com a coragem que aumenta a cada dia. “Quando queremos alguma coisa, temos que trabalhar por ela”, ensina.
Confira os locais onde funcionam as rodas de terapia comunitária no DF no site www.mismecdf.org
Entrevista com o psiquiatra Adalberto Barreto
Há 21 anos, o psiquiatra Adalberto Barreto começou a receber, na Universidade Federal do Ceará, onde trabalhava, visitas de moradores da favela Pirambu, em Fortaleza. Eram pessoas com problemas emocionais dos mais diversos tipos — de relacionamentos à dependência de álcool — encaminhadas pelo irmão do médico, o advogado Airton Barreto, que fazia consultorias de forma voluntária na comunidade.
Percebendo que não daria conta de atender todos que precisavam, Adalberto reuniu um grupo de alunos e foi até a favela, em busca de uma forma eficaz de atendimento. O convívio com aquelas pessoas fez com que uma nova técnica, baseada na conversa, escuta e troca de experiências, fosse moldada. Surgia a terapia comunitária, trabalho encarado por Adalberto como preventivo, na qual a própria comunidade se ajuda a enfrentar os desafios da vida.
Em entrevista ao Correio, o criador da terapia comunitária fala sobre o trabalho que iniciou e defende o poder curativo da conversa e da escuta: "A palavra é o remédio, o bálsamo, a bússola para quem fala e para quem ouve".
Qual o objetivo da terapia comunitária? E por que ela funciona?
A terapia comunitária surgiu como um projeto de extensão da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará. Trata-se de uma ação cidadã que transcende classes sociais, profissões, raças, credos, partidos. Cada um partilha seu saber, sua competência, integrando saberes e construindo uma grande rede solidária. São agentes comunitários de saúde, agentes pastorais, lideranças comunitárias, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, advogados, artistas, sacerdotes, pastores, curandeiros, médicos, educadores, enfermeiros... A comunidade age onde a família e as políticas sociais falham. Funciona porque a comunidade descobre que ela tem problemas, mas também tem as soluções. E aos poucos vai descobrindo que a superação não é obra particular de um indivíduo, de um iluminado, de um governo, ou de um terapeuta, mas é da coletividade. Na terapia comunitária, a palavra é o remédio, o bálsamo, a bússola para quem fala e para quem ouve. É da partilha de experiência entre as pessoas que se alivia o sofrimento das dores da alma, e se vislumbram novas pistas de superação dos problemas.
O que esses anos de trabalho ensinaram ao senhor sobre as pessoas?
A técnica parece ser uma espécie de voto de confiança na capacidade do ser humano de se reunir e se ajudar.
Esses 21 anos de trabalho têm mostrado que a academia não tem a hegemonia da produção do conhecimento. Ela produz um conhecimento imprescindível e necessário, mas a experiência de vida também produz conhecimento. A carência gera competência. Geralmente, damos melhor aquilo que não recebemos. O enfrentamento das dificuldades produz um saber que tem permitido aos excluídos sobreviverem através dos tempos. Eles dispõem de mecanismos próprios para superar as adversidades, e os sofrimentos e superações expostos e refletidos pelo grupo promovem a criação gradual de consciência social. Permitem que os indivíduos descubram as implicações sociais na gênese do sofrimento humano. Geralmente, atribuímos nossas competências a cursos que fizemos ou livros que lemos, e jamais a algo que vivenciamos. Nós só nos empoderamos quando compreendemos e aceitamos ser sujeito ativo aprendendo com a nossa história.
Por que a terapia comunitária atrai tantos profissionais interessados em difundí-la?
Os modelos de intervenções terapêuticas são, em sua grande maioria, voltados para o atendimento individual. Nas universidades, se aprendem técnicas para serem aplicadas em consultórios, tendo o indivíduo como paciente ou, no máximo, incluindo a família. Existe uma grande pobreza em técnicas que privilegiam o grupo. A terapia comunitária, de certa forma, preenche essa lacuna, oferecendo aos profissionais um instrumento de intervenção coletiva.
Em muitas comunidades, os líderes religiosos são muito presentes. Como fazer com que a busca por conforto não seja só uma repetição dos sermões das igrejas?
Identificamos pelo menos duas grandes linhas de ação que norteiam as ações dos cuidadores. Primeiro, existe o modelo do salvador da pátria, que privilegia a falta, o negativo, as carências, os pecados. Essa abordagem gera um sentimento de insegurança e culpabilidade e leva o indivíduo a buscar um salvador, um guru, um doutor, uma igreja capaz de libertar do mal e se salvar. A solução vem de fora, o que deixa o grupo refém de suas lideranças. Já o modelo co-participativo, que propomos na terapia comunitária, se baseia na competência das pessoas. Valorizamos a autonomia e a co-responsabilidade. Cada um é parte do problema e parte da solução. Por isso, algumas regras estruturam as rodas: não dar conselho, não fazer sermão nem discurso, fazer silêncio quando o outro fala, não julgar, falar de si usando eu e propor músicas, piadas ou poesias em função da temática conduzida. O terapeuta comunitário não faz a terapia para a comunidade, ele faz a sua terapia com a comunidade. Ambos tiram benefícios. Os profissionais vão se curando de sua alienação acadêmica, universitária ou religiosa, e as pessoas se tornam mais autônomas e menos dependentes de psicotrópicos, dos profissionais e das instituições.
http://www.correiobraziliense.com.br/html/sessao_18/2008/10/05/noticia_interna,id_sessao=18&id_noticia=37717/noticia_interna.shtml
Revista Radis nº 67 – Março de 2008 - Fundação Oswaldo Cruz
Um oásis para resgate da auto-estima
Ela sorri para a foto e pede que a câmera também enquadre seus santinhos, suas flores e os enfeites que cuidadosamente guarda em cima de uma mesinha. Solta os cabelos, arruma os diversos colares em volta do pescoço e segura, como se fossem mágicas, as quatro varas que simbolizam o projeto que a acolheu. Aos 67 anos, a vida de dona Zilma Saturnino é outra, desde que se tornou uma das cuidadoras da oca de saúde comunitária.Ela conta que nasceu perto do Açude João Lopes, no bairro Ellery, periferia de Fortaleza. “Era doente até vir me tratar com doutor Adalberto”. Depois de um período de internamento no Hospital Psiquiátrico Mira y Lopez — de onde fugiu —, Zilma encontrou apoio no Projeto 4 Varas, onde pôde exercer a vocação para cura. “Eu era doente porque tinha o dom e não sabia”, diz. Foi numa das sessões de terapia comunitária que ela se (re)descobriu rezadeira.
O doutor Adalberto relembra. “Dona Zilma era doida de pedra. Mas quando chegou aqui, não olhei a patologia: disseram que era curandeira. Um dia, uma pessoa passou mal, segundo ela era um encosto. Ela foi lá, rezou e, depois que terminou, as pessoas começaram a pedir que ela rezasse aqui e ali. Não deu mais tempo de endoidar”.
A massoterapeuta Cléia Rodrigues Monteiro chegou ao projeto há nove anos, também à procura de ajuda. Relata, sorridente, à porta da sala que ocupa na oca de saúde comunitária, que sofria de depressão desde jovem e reclamava de um entalo. “Quando Cleinha se curou, começou a mandar pessoas pra cá”, recorda Adalberto, que identificou naquela senhora a capacidade de mobilização na comunidade. “Vi que ela tinha capilaridade, conseguia formar uma rede de suporte e de apoio social”, lembra. No início relutante, fez o curso de massagem. “Você cuida muito bem dos outros, venha aprender a cuidar melhor”, dizia Adalberto para convencê-la.
Situação semelhante viveu dona Francisca, que chegou à casa “neoleptizada, babando, inclusive impregnada”. Adalberto conta que até ela se surpreendeu pela maneira como foi recebida: “Disseram que a senhora é rezadeira. Meus remédios sozinhos não dão conta de tanto estresse e sofrimento. Vou precisar de gente como a senhora”, disse o médico. “O senhor acha que vou ficar boa?”, duvidou Francisca. “A senhora nasceu assim? Não! Não se preocupe que vou te tratar”.
Zilma, Cleinha e Francisca são apenas três dos muitos perfis que comprovam a resolutividade do trabalho de terapia comunitária realizado há 20 anos na Favela do Pirambu, comunidade que abriga cerca de 50 mil pessoas na periferia de Fortaleza. O responsável pela iniciativa é o psiquiatra e antropólogo Adalberto Barreto. Desde que começou a reunir as pessoas para escutar seus problemas à sombra de um cajueiro, no mesmo terreno onde agora está instalado o projeto, ele defende a parceria entre o saber científico e o popular no tratamento dos transtornos mentais.
Hoje, sentado no mesmo local, ele festeja a concretização de um projeto que atende mensalmente 1.200 pessoas e enfrenta, ao mesmo tempo, a patologia e o sofrimento. “Aqui temos um posto de saúde do PSF, onde se trabalha a patologia com o médico, o enfermeiro e o dentista, e um espaço onde se trabalha o sofrimento, com a massagem, a argila com pedras mornas, o banho de ervas e a reza com curandeiros”, resume. Assim é possível aproveitar, de forma complementar, o saber dos especialistas e a sabedoria popular, que enfrenta o sofrimento “promovendo a saúde e reduzindo danos”.
Desde 2006, o projeto — iniciativa com o Departamento de Saúde Comunitária e a Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Ceará (UFC) — recebe apoio da Prefeitura Municipal de Fortaleza, que tem convênio de financiamento e apoio técnico para os serviços prestados — por exemplo, o pagamento do salário dos massoterapeutas. O apoio foi decisivo para a reforma dos equipamentos já existentes e para a construção de uma unidade básica de Saúde da Família, que funciona em dois turnos e é monitorada por equipe que reúne médico, enfermeira, auxiliar de enfermagem, agente comunitário de saúde, dentista e auxiliar de consultório dentário.O atendimento do posto de saúde chega aos domicílios cadastrados no entorno — cerca de 1.000 residências, segundo a Secretaria Municipal de Saúde — e presta serviços de imunização, aerossolterapia (terapia por nebulização) e prevenção de câncer do colo do útero. Adalberto destaca a parceria entre as duas instâncias: as pessoas tanto são encaminhadas da unidade de saúde às terapias complementares, como podem ser orientadas nos serviços comunitários a procurar apoio de especialistas, quando necessário.
Além da unidade de saúde, o complexo 4 Varas conta hoje com a oca de saúde comunitária, para as massagens, os banhos e as rezas, a tenda das sessões de terapia comunitária e de resgate da auto-estima, a farmácia viva — onde são cultivadas ervas medicinais, cuja venda auxilia na autonomia financeira do projeto —, o ateliê de arte-terapia e a casa de acolhimento, onde se hospedam pesquisadores visitantes e são recebidas as pessoas que necessitam de repouso.
Também fazem parte da estrutura física local a Casa da Memória — que dispõe de acervo de fotos, áudio e vídeos sobre a história da terapia comunitária, do projeto e da comunidade —, uma escola que atende cerca de 100 crianças carentes da favela e o grupo de teatro Zé e Maria, que reúne 30 jovens da comunidade.
Parece um oásis, encravado numa das comunidades mais violentas da capital cearense, cercado de coqueiros e outras árvores frutíferas, salpicado de verde nos canteiros com ervas medicinais e nos jardins que emolduram os prédios. As construções utilizam materiais locais, como a madeira e a palha da carnaúba, que se harmonizam com as redes sempre armadas e os móbiles feitos de concha, que balançam ao sabor do vento. A ambientação, baseada em elementos locais, cumpre a função de deixar à vontade quem ali procura tratamento: “É um espaço para acolher o sofrimento, a dor da alma”, abrevia Adalberto.
VÍNCULOS INQUEBRÁVEIS
Outros elementos também simbolizam a participação da comunidade. A estátua de um índio segurando as quatro varas que batizaram o projeto lembra que a união faz a força: enquanto as varas estiverem juntas, fortes serão; separadas, se tornam fracas e podem se quebrar. Outra referência simbólica é a teia de aranha pintada no chão da tenda onde acontecem as sessões terapêuticas: seus fios representam a fortaleza dos vínculos desenvolvidos pela comunidade naquele espaço — com a terra, com as tradições, com o conhecimento científico e entre eles mesmos.
Na visão do terapeuta, a estratégia deste ambiente familiar é mais uma diferença entre o 4 Varas e os serviços que, mesmo na melhor das intenções, acabam “medicalizando o sofrimento”. “Observamos que a maior parte das pessoas que vai aos postos de saúde quer ser acolhida e desabafar”. Ele sintetiza a proposta com um questionamento: “Uma mãe ansiosa e desesperada porque o filho entrou no mundo das drogas precisa de psicotrópico para dormir ou ser acolhida?” Ele mesmo responde: “Ela pode melhorar com uma massagem, onde possa chorar, falar, ser acolhida e compreender”. Ao mesmo tempo, Adalberto deixa claro que o trabalho não desconsidera nem desvaloriza a medicina tradicional: “O que queremos fazer aqui é medicina popular em complemento à medicina científica”, afirma. “Não estamos em competição, não brigamos pela patologia”.
Nessa via de mão dupla entre o saber científico e o popular, quem sai ganhando é a comunidade, que conquista melhor qualidade de vida e alça novos vôos. Em janeiro de 2008, um grupo de 11 pessoas acompanhou Adalberto e o secretário de Saúde de Fortaleza, Odorico Monteiro, em viagem à cidade de Grenoble, na França. Convidada pela prefeitura local, a comitiva apresentou, durante 15 dias, a experiência inovadora do Projeto 4 Varas a pesquisadores europeus. Entre eles, dona Zilma, testemunha viva de que acolhimento e escuta transformam doidos de pedra em gente que distribui acolhimento e apoio.
“A nossa dor não é só nossa”
Gente de todas as idades na sessão comunitária. “Paz para você, que veio participar”, acolhe seu Zequinha. O doutor Adalberto chega logo: muitas vitórias em 2007
“Este ano quero paz no meu coração... Quem quiser ter um amigo, que me dê a mão...” Saída do pequeno aparelho de som, a música dos Incríveis confere um clima de fim de ano, bem apropriado à última sessão de terapia comunitária de 2007. Enquanto as pessoas vão se acomodando, seu Zequinha, facilitador do encontro, sugere que os participantes batam palmas, no ritmo da canção. Cumprimenta um, afaga a cabeça de uma criança, acena para outro com um sorriso largo no rosto.
Gente de todas as idades está reunida no salão terapêutico do Projeto 4 Varas, como acontece em todas as tardes de quinta-feira. Esta sessão tem apelo especial para as crianças. Como última do ano, prevê apresentação teatral ao fim do encontro, com sorteio de brindes de Natal. Por isso mesmo, falta espaço nas cadeiras que circundam a teia de aranha pintada no chão — o símbolo da comunidade. Mas não há problema: os que chegam por último sentam-se na amurada que dá suporte às paredes — que, assim como teto, são feitas com palha de carnaúba.
À sombra da luz natural da tarde e embalado pelo vento característico da orla de Fortaleza, seu Zequinha, terapeuta comunitário formado pelo próprio projeto, sugere que cada um cumprimente, “com um aperto de mão e um abraço”, a pessoa que está a seu lado. “Paz para você, que veio participar”, canta ele, lembrando que aquele é um local para desabafar, compartilhar inquietações e “tudo aquilo que nos tira o sono”.
Cada um pode falar de suas dificuldades, mas não são permitidos críticas ou julgamentos, lembra: “Aqui não se dá conselho nem se faz discurso; não se fala em tese, mas sim, em dificuldades”. Em clima de descontração, cumprimenta os aniversariantes do mês e passa a palavra ao doutor Adalberto, que acaba de se acomodar numa das cadeiras, rodeado de crianças. O psiquiatra, de bermuda e sandália, avisa que é hora de escolher o tema com o qual trabalharão naquele dia. Como se faz silêncio, ele estimula o grupo com um argumento convincente. “Aquilo que eu não digo com a boca eu vou dizer com gastrite, com depressão ou qualquer outra doença: o que a boca cala, os órgãos falam”.
Pede a palavra Sebastião, que se diz angustiado, já que a filha de 16 anos fugiu de casa “com um cara”. Ele não sabe como proceder. Quer o melhor para ela, mas não consegue perdoá-la. “Temos a fuga da filha do seu Sebastião. Mais alguém com problema?”, instiga Adalberto. Percebendo o silêncio e a impaciência de uma mulher, indaga: “A senhora quer dizer algo?”. Ela só chora e nada diz. “Como é seu nome? O que a senhora quer dizer?” Ela só abana a cabeça e diz que está “com um entalo”.
“Dona Marli tem um entalo. Alguém pode ajudar?”. Do outro lado do salão, uma vizinha de Dona Marli se apresenta e diz: “Já sofri muito com este entalo”. Doutor Adalberto pergunta se a vizinha pode falar do caso. Com a anuência de Marli, a outra diz que o problema está na gravidez da filha de 14 anos. Nesse momento, a mãe preocupada desabafa, com muitas lágrimas. Conta que o rapaz que engravidou a filha já se comprometeu em assumir a criança, “mas vive com outra”. Ela diz sentir “ódio” da filha naquele momento. “Não agüento nem olhar pra ela!”
O terapeuta acalma dona Marli e inicia o processo de votação do tema com o grupo. A ampla maioria decide ajudá-la. Adalberto relembra as regras seguidas a cada sessão. No primeiro momento, todos podem fazer perguntas a dona Marli. Na segunda fase, quem já viveu situação semelhante pode contar sua história. A partir daí, o grupo se movimenta para saber mais sobre o caso. “A menina estuda?”; “como descobriu que a filha estava grávida?”; “qual foi a reação do pai?”; “a senhora engravidou com que idade?”, indaga um menino que não aparenta mais de 10 anos.
É aí que Adalberto intervém com uma pergunta crucial. “Dona Marli, a senhora não acha que está vendo a senhora mesma na sua filha? As vezes a gente sofre por perceber no outro uma situação que aconteceu com a gente”, diz ele. Ela relata que ficou grávida muito jovem e sofreu muito, em especial com a falta de apoio do marido. Ele tranqüiliza a mãe preocupada com bom humor: “Dona Marli, a senhora estava entalada com um espelho! Estava vendo a senhora, e não sua filha!”. Ela já esboça um sorriso, quando ele orienta para o início da segunda fase da terapia.
VITÓRIAS DIVIDIDAS
Seu Sebastião, que assistia a tudo calado, apóia dona Marli, contando que sentiu o mesmo que ela; um senhor de idade comenta que ele e a mulher passaram a mesma situação com a neta, mas já se acostumaram à idéia; a jovem em frente, com uma criança no colo, conta que ficou grávida do primeiro filho aos 15 anos e sofreu tudo aquilo. “Quando minha mãe viu o neto, lindo e saudável, fez as pazes comigo. Hoje, sou feliz com meus dois filhos”. A esta altura, dona Marli, bem mais calma, recebe o abraço da vizinha e declara que vai “dar tempo ao tempo”. Enxuga as lágrimas, agradece a solidariedade do grupo e sorri, finalmente aliviada.
Como é a última sessão do ano, doutor Adalberto estimula as pessoas a declararem qual foi sua maior vitória em 2007. Entre um gole e outro do chá de erva cidreira que circula em bandejas e uma mordida no bolo de milho quentinho, a palavra é dada a todos. Muitos festejam o novo emprego, a reforma da casa, uma conquista dos filhos; uma senhora se orgulha por ter recebido alta de um Caps; seu Sebastião compartilha a felicidade de ter se livrado do álcool e das drogas; dois meninos dividem as vitórias num campeonato de surf; um rapaz se alegra em contar que passou no vestibular, outro se anima ao relatar como conseguiu superar as dificuldades e hoje pode sustentar, sozinho, a mulher, o filho recém-nascido e a mãe idosa, depois de anos desempregado.
A maioria considera sua maior vitória simplesmente poder ter estado ali, durante todo o ano, dividindo angústias e preocupações. Ao fim, é doutor Adalberto quem revela suas maiores conquistas em 2007. Para ele, uma delas foi o Projeto 4 Varas ter recebido a visita de Margareth Chan. “Para vocês terem uma idéia, receber visita da diretora da OMS é como uma paróquia receber o papa”, diz.
Outra vitória, segundo ele, foi a ligação do ministro Temporão informando que a terapia comunitária seria política pública de saúde em todo o país. “Não há dinheiro que pague essa conquista”, disse Adalberto, sob aplausos. Encerrada a rodada de depoimentos, o grupo se põe de pé e começa a cantar, de braços dados, a melodia: “Tô balançando, mas não vou cair. Tô balançando na terapia, mas não vou cair...” Enquanto o grupo se movimenta, coeso, o terapeuta estimula: “A gente não cai porque está apoiado pelo outro. É no ombro amigo que se descobre que a nossa dor não é só nossa. Esse é o movimento da vida”. Olhos emocionados diante do encontro, ele resume a proposta do projeto: “Sair da rigidez. Toda convicção é uma prisão. A terapia é pra gente tirar essas convicções”.
Com um abraço coletivo, o encontro se encerra, mas ninguém sai dali. Ainda há o sorteio dos brindes que eles mesmos trouxeram, e a encenação de Natal que desde cedo deixa as crianças ansiosas. E, para o ano que começa, ficam as estrofes da mesma música que iniciou a sessão: “Sonhos que vamos ter / Como todo dia nasce novo em cada amanhecer...”
EntrevistaADALBERTO BARRETO“Aqui o remédio é a palavra”
O Projeto 4 Varas, um achado para a gente pobre abandonada nas comunidades — e por que não para gente rica também? — parece simples nas palavras de Adalberto de Paula Barreto. Essa simplicidade talvez venha de seu amplo currículo. Três graduações, em Medicina (UFC), Filosofia e Teologia (França e Itália), dois doutorados, em Psiquiatria pela Universidade René Descartes, a antiga Paris V, sobre “a comunicação com a família do esquizofrênico”, e em Antropologia, pela Université Lyon 2, sobre “a medicina popular no sertão do Ceará hoje”. Quem sabe venha da experiência de 20 anos em terapia comunitária, cujo primeiro pólo ele criou em 1986 com tanto êxito que já supera os 500 mil atendimentos. Mais provável que seja a combinação de academia e prática, bem ao gosto dele.
Na terapia comunitária, a medicina convencional do PSF se escora nas medicinas populares e no acolhimento ao desabafo. Antes de mais nada, todos falam, ouvem e se vêem uns nos outros — a relação do espelho de Freud. “Aqui o remédio é a palavra”, diz Adalberto nesta entrevista dada à Radis em dezembro na sede do 4 Varas.
Como entender o Projeto 4 Varas?
Entre patologia e sofrimento. Temos um posto de saúde do PSF e lá se trabalha a patologia, com médico, enfermeiro, dentista. Aqui se trabalha o sofrimento e a promoção da saúde, usando curandeiros e recursos disponíveis da cultura, como massagem, argila com as pedras mornas, banho de ervas e rezas. Então, são duas medicinas complementares: lá, a patologia com os especialistas; aqui se trabalha o sofrimento promovendo a saúde e reduzindo os danos.
Para que as redes?
Temos as redes armadas para as pessoas se deitarem. A casa acolhe o sofrimento, a dor da alma numa massagem, por exemplo. Observamos que a maior parte das pessoas que geralmente vão aos postos de saúde quer ser acolhida e desabafar, e muitos hospitais e postos estão medicalizando o sofrimento, os problemas existenciais. Uma mãe ansiosa e desesperada porque o filho entrou no mundo das drogas precisa de um psicotrópico para dormir ou ser acolhida? Na massagem ela pode chorar, falar e compreender. Essa é a distinção que queremos fazer aqui, uma medicina científica e popular que aja de forma complementar. Não estão em competição, não estão brigando pela patologia.
Como funciona?
São seis massoterapeutas pagos pela prefeitura. As pessoas encaminhadas pelo SUS recebem a massagem gratuitamente. Vem gente da comunidade mandada pelos médicos do PSF, dos CAPS. Fazem 10 massagens duas ou três vezes por semana e participam da terapia comunitária, de resgate da auto-estima. É a terapia comunitária virando política pública do Ministério da Saúde. A Fiocruz vai ter um pólo formador desta metodologia.
Essa união com a medicina alternativa é o ideal para a saúde pública?
Acho que sim. Não diria medicina alternativa, porque o alternativo pressupõe a exclusão do diferente. Eu chamaria de medicinas complementares. Temos um modelo biomédico centrado na patologia, no medicamento, uma medicina muito cara. Mas existe no cotidiano muito sofrimento decorrente do estresse, da educação dos filhos, do desemprego. Este sofrimento no passado era tratado por benzedeiras, padres, pajés, havia essas instituições de escuta, de apoio. Com a modernização da sociedade, a tendência é jogarmos isso fora e medicalizarmos o sofrimento.
Quando vim para a favela, dei-me conta de que a maior parte das pessoas que vinham falar comigo trazia uma dor na alma que psicotrópicos não resolveriam. Não que eu seja contra: cabem em determinados momentos. Percebi que se ficasse medicalizando os problemas existenciais acrescentaria mais sofrimento. Descobri que não podia exercer a psiquiatria do mesmo jeito do hospital, onde diagnostico e prescrevo medicamentos. Mesmo quando podia prescrever as pessoas não podiam comprar. Essas foram algumas dificuldades.
Estar na comunidade também é um diferencial do projeto?
A gente contextualiza melhor esse sofrimento. Quando uma pessoa diz que está com insônia, a insônia é o sofrimento e a cura é voltar a dormir. A tendência é prescrever um psicotrópico. Quando se está na comunidade e vem uma mulher chorando, com insônia ou engasgo porque a filha de 14 anos engravidou, essa mulher precisa de um psicotrópico, um benzodiazepínico? Ou precisa ser desengasgada pela própria comunidade? Quando a boca cala os órgãos falam: se essa mulher não se desengasgar hoje entra em processo depressivo, de doença mesmo. Então, a terapia comunitária, numa proposta inicial, é criar um espaço de palavra. Aqui o remédio é a palavra. Ela é para quem fala, é para quem ouve. Na troca a comunidade cria vínculos, vai se reconhecendo no apoio. Partindo de uma situação-problema, a mãe viu que 15 pessoas já viveram isso, inclusive na situação contrária: a filha que diz, eu também engravidei com 14 anos. Ela se vê na filha, a relação do espelho de Freud. E entende que tem que ter calma, sabedoria e tolerância.
E gente que vem se tratar acaba tratando...
A Cleinha, quando veio, era também uma pessoa entalada. Quando se curou começou a mandar pessoas, e de tanto mandar vi que tinha capilaridade na comunidade, capacidade de formar uma rede de apoio social. Veio o curso e a convidei. Dona Zilma era doida de pedra, alguém disse que era curandeira também. Um dia estávamos numa terapia e uma pessoa passava mal: ela disse que era um encosto. Então, eu disse, se a senhora sabe o que é, vai fazer, eu não sei. Ela foi, outras pessoas começaram a pedir que ela rezasse e depois não deu mais tempo de endoidar. Dona Francisca me trouxeram neoleptizada, tomava vários remédios, babando. Alguém me disse, ela é rezadeira da umbanda. Eu disse a ela, os meus remédios não dão conta de tanto sofrimento. Ela olhou para mim babando e disse: você acredita que eu vou ficar boa? A senhora não nasceu assim, vai ficar boa. Fui tirando a medicação e orientando, terapia e conversando. Hoje é uma das nossas curandeiras.
Abordagem que olha mais a saúde do que a doença...
Por isso dá certo. Nossas rezadeiras são pessoas desvalorizadas em busca de valor. O doutor não cura câncer, a minha reza cura câncer, dizia, para se valorizar. O meu trabalho tem sido dizer: a medicina de vocês não é para combater a patologia, eu cuido da promoção da saúde. Aí as duas medicinas se aproximam, se valorizam e são complementares. Cada uma é rica naquilo em que a outra é pobre. A medicina popular é rica no afeto, no acolhimento, mas é pobre no tratamento da patologia. Já a medicina científica é rica no arsenal de antibióticos e psicotrópicos, mas humanamente é uma favela existencial. Quando me aproximei dela aprendi a acolher melhor e a valorizar os recursos que se tem. Agreguei valor ao ato médico.
Explique melhor.
Desde o início a nossa pedagogia é centrada na competência, e não na carência. Vivemos num modelo de influência judaico-cristão que valoriza o que não funciona, o pecado, o negativo. Esse modelo desestabiliza o indivíduo, culpabiliza o outro. A pessoa culpabilizada se desestabiliza e busca o salvador. O modelo do salvador da pátria se baseia na carência e no negativo. A nossa imprensa só evidencia o que não funciona, o que funciona não dá notícia. A educação é a mesma coisa: seu filho faz tudo normal, ninguém diz nada, mas se faz alguma coisa errada, o sermão é deste tamanho. Ninguém quer compreender o que funciona, porque não dá status. Sempre conto uma história sobre dois índios tomando banho num rio e vêem duas crianças morrendo afogadas. Salvaram os dois, apareceram quatro, oito, 16. Um dos índios disse: você salva o que puder que eu vou ver quem está jogando esses meninos na água. O índio que ficou salvando os afogados é a nossa medicina curativa: acha que só ela salva, tem as estatísticas, precisa de bons salários, de melhores condições etc. e tem um discurso crítico desvalorizador de quem vai fazer a prevenção e a promoção da saúde, que considera “turista”, “sonhador”.
A medicina popular...
Nossa luta é dizer: você que está salvando o outro, teu trabalho é tão importante quanto o de quem está fazendo a prevenção e a promoção da vida. Aí, no ano passado veio o estudo de impacto da terapia comunitária: 2 mil questionários em dois estados, 88% dos problemas resolvidos in loco, apenas 11,5% encaminhados aos postos de saúde.
Ela já existe em todo país?
Hoje, sim. Já treinei 11 mil terapeutas comunitários, temos 30 pólos formadores no Brasil — a Fiocruz será o 31º. Já foi criada a Associação Brasileira de Terapia Comunitária (www.abrapecom.org.br). O impacto foi esse: apenas 11,5% dos problemas encaminhados aos postos. Multiplique isso por milhares... Há um enxugamento nos postos de saúde, ou seja, o índio — ou o médico — que salva os que estão morrendo continua salvando, respira melhor. Então, nossa idéia é complementar o cuidado. Nós na promoção também tendemos a ridicularizar e menosprezar o trabalho da medicina científica, mas precisamos tanto dela como ela da nossa.
A expectativa de trabalho do PSF...
Exatamente. A academia produz conhecimento, mas a experiência de vida também. Tenho observado: damos melhor o que não recebemos, ensinamos melhor o que precisamos aprender. As que não foram amadas e foram rejeitadas estão acolhendo, as que foram violentadas estão dando massagem, acolhendo a dor do outro. Até hoje uso a metáfora: a ostra que não foi ferida não produz pérola. A pérola é resposta a uma agressão. Toda família está ferida. As vitórias do ano são: meu marido deixou de beber, comprei minha casa, arranjei emprego. Se as pessoas arranjam emprego ficam mais autônomas, conquistam as coisas. Nós intervimos nos determinantes sociais da saúde, evitamos que essa pessoa vire cardiopata, diabética, e daqui a 15, 20 anos precise de tratamento caríssimo. Nosso trabalho é intervir nos determinantes sociais usando os recursos da comunidade, a argila, as mãos, a música e a sabedoria produzidas pelas carências de vida. Eles faziam isso no anonimato, sem reconhecimento. Minha função é oficializar esse poder.
Que conselho dar a quem está se formando em terapia comunitária ou se interessou e não sabe por onde começar?
O curso se faz para acabar com a mania de querer curar o povo. Temos duas fontes geradoras de competência, a academia e a experiência de vida. O saber da academia nos dá identidade profissional como médico, dentista e enfermeiro, o salário financeiro, o saber pela competência. No sofrimento temos ainda o salário afetivo: não é preciso ser médico, enfermeiro, não precisa ter faculdade para exercer a terapia comunitária; não precisa ser psicólogo porque não vai fazer análise, não precisa ser médico porque não vai prescrever remédio. Precisa ter engajamento com a comunidade, uma ação cidadã que transcenda classe social, profissões. Cuidando do outro, curo a mim mesmo.
Como é a capacitação?
São quatro módulos em quatro dias em regime de internato, com intervalo de dois meses, ao longo de um ano. As pessoas vão aprendendo as técnicas de como garimpar a pérola das feridas da vida. Começam por um trabalho pessoal. Como será um trabalho de acolher o outro e escutar, tem que aprender a valorizar e a escutar. É muito prazeroso, porque além do salário financeiro há o salário afetivo. Partimos do pressuposto de que a primeira escola é a família, e o primeiro mestre, a criança que fomos. Com a minha criança aprendi muita coisa. Numa família em que os pais se disputam de forma injusta, a criança que observa se torna mediadora. Sempre atribuímos competência a um livro que lemos, a um curso, jamais ao que vivenciamos. Na terapia comunitária, fazemos a pessoa perceber que a competência dela se inscreve em sua história de vida. Com mulheres injustiçadas pelos maridos descobre-se que em casa a mãe vivera esta situação. Compreender isso dá empoderamento, capacidade para um trabalho genial. O seu Zequinha fala errado, mas quando não estou dirige toda a terapia. Como ele entendeu o espírito, ele faz.
Sem ser médico nem enfermeiro...
Diria que para ser terapeuta comunitário tem-se que gostar de trabalhar com comunidade, tem que aceitar fazer um trabalho sobre si mesmo para desconstruir os modelos mentais que nos foram construídos. Não precisa ser médico nem enfermeiro. Se for, agrega valor. Vai descobrir que não é o salvador nem o bombeiro da pátria: vamos encontrar soluções partilhadas. A pessoa tem o problema, nós temos problemas e a solução vem da partilha.
Fonte: Revista Radis da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz
http://www.ensp.fiocruz.br/radis/67/sumario.html